Pesquisa analisa idosos que cuidam de idosos
São Carlos
Estudo, que envolveu pesquisadores da UFSCar, USP e Unicamp, foi contemplado com o Prêmio Bradesco Longevidade
O número de idosos no Brasil vem aumentando. Com este cenário, novos enfrentamentos para a sociedade surgem, como a atenção e cuidado ao idoso. A ciência, há algum tempo, vem olhando para os cuidadores de idosos, porém uma pesquisa coordenada por pesquisadoras da UFSCar, Unicamp e USP inovou ao colocar no centro da análise os idosos que cuidam de idosos.
A pesquisa "Cognição e fragilidade: um estudo com idosos cuidadores de idosos cadastrados nas Unidades de Saúde da Família de São Carlos", desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Saúde e Envelhecimento e coordenada pelas professoras Sofia Cristina Iost Pavarini e Bruna Moretti Luchesi, do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, e Anita Liberalesso Neri, do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp, foi contemplada com o primeiro lugar do Prêmio Bradesco Longevidade, na categoria Pesquisa na área de Gerontologia, entregue no dia 5 de outubro. A pesquisa envolveu alunos dos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem da USP e da UFSCar.
Com o desenvolvimento de estudos com ênfase no Idoso e Família, chama a atenção dos pesquisadores o número de pessoas com 60 anos ou mais que cuidam de outros idosos. O cuidado ao idoso tem se tornado cada vez mais um grave problema de saúde pública no País.
A pesquisa foi realizada na cidade de São Carlos junto às 16 Unidades de Saúde da Família (USFs), incluindo a área rural. As unidades forneceram uma lista com residências em que moravam dois ou mais idosos. Com base nos requisitos elaborados, 351 residências foram visitadas para uma avaliação do idoso cuidador de idoso. A pesquisa foi realizada entre abril e novembro de 2014.
O primeiro passo foi identificar na casa o idoso cuidador e o idoso cuidado. Por meio de instrumentos específicos, o idoso cuidador respondia aos questionamentos que o avaliavam sob diversos aspectos: cognição (linguagem, atenção, orientação, memória etc), fragilidade (diminuição da força muscular, da velocidade da marcha, perda de peso não intencional etc), sintomas depressivos, estresse, sobrecarga, funcionalidade familiar, presença de crianças no domicílio, esperança e espiritualidade dos cuidadores, dor, atitudes em relação à velhice, além das diferenças de contextos de moradia (área urbana, pobre e rural).
Com base nas análises foi possível identificar que os idosos cuidadores eram na maioria mulheres, com idade entre 60 e 69 anos, vivendo com o companheiro, com baixo nível de renda e escolaridade. Mais de 40% estavam abaixo dos parâmetros/referência de cognição, apresentando memória prejudicada, falta de atenção, entre outros aspectos; 55,5% dos cuidadores foram considerados pré-frágeis, ou seja, que estavam em processo de fragilidade. As variáveis mais associadas à perda cognitiva eram: ser mulher, não receber ajuda afetiva; ser frágil e dependente para as atividades da vida diária e morar com o cônjuge e filhos.
A pesquisa é importante para lembrar que existem idosos que cuidam de outros idosos e que também precisam de cuidados, pois quem está cuidando, também está passando por um processo de envelhecimento", explica Luchesi, uma das coordenadoras da pesquisa.
Um relatório com os resultados da pesquisa foi entregue nas USFs e na Secretaria de Saúde de São Carlos e esses idosos cuidadores continuam sendo acompanhados pelo grupo de pesquisa.
A pesquisa "Cognição e fragilidade: um estudo com idosos cuidadores de idosos cadastrados nas Unidades de Saúde da Família de São Carlos", desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Saúde e Envelhecimento e coordenada pelas professoras Sofia Cristina Iost Pavarini e Bruna Moretti Luchesi, do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, e Anita Liberalesso Neri, do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp, foi contemplada com o primeiro lugar do Prêmio Bradesco Longevidade, na categoria Pesquisa na área de Gerontologia, entregue no dia 5 de outubro. A pesquisa envolveu alunos dos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem da USP e da UFSCar.
Com o desenvolvimento de estudos com ênfase no Idoso e Família, chama a atenção dos pesquisadores o número de pessoas com 60 anos ou mais que cuidam de outros idosos. O cuidado ao idoso tem se tornado cada vez mais um grave problema de saúde pública no País.
A pesquisa foi realizada na cidade de São Carlos junto às 16 Unidades de Saúde da Família (USFs), incluindo a área rural. As unidades forneceram uma lista com residências em que moravam dois ou mais idosos. Com base nos requisitos elaborados, 351 residências foram visitadas para uma avaliação do idoso cuidador de idoso. A pesquisa foi realizada entre abril e novembro de 2014.
O primeiro passo foi identificar na casa o idoso cuidador e o idoso cuidado. Por meio de instrumentos específicos, o idoso cuidador respondia aos questionamentos que o avaliavam sob diversos aspectos: cognição (linguagem, atenção, orientação, memória etc), fragilidade (diminuição da força muscular, da velocidade da marcha, perda de peso não intencional etc), sintomas depressivos, estresse, sobrecarga, funcionalidade familiar, presença de crianças no domicílio, esperança e espiritualidade dos cuidadores, dor, atitudes em relação à velhice, além das diferenças de contextos de moradia (área urbana, pobre e rural).
Com base nas análises foi possível identificar que os idosos cuidadores eram na maioria mulheres, com idade entre 60 e 69 anos, vivendo com o companheiro, com baixo nível de renda e escolaridade. Mais de 40% estavam abaixo dos parâmetros/referência de cognição, apresentando memória prejudicada, falta de atenção, entre outros aspectos; 55,5% dos cuidadores foram considerados pré-frágeis, ou seja, que estavam em processo de fragilidade. As variáveis mais associadas à perda cognitiva eram: ser mulher, não receber ajuda afetiva; ser frágil e dependente para as atividades da vida diária e morar com o cônjuge e filhos.
A pesquisa é importante para lembrar que existem idosos que cuidam de outros idosos e que também precisam de cuidados, pois quem está cuidando, também está passando por um processo de envelhecimento", explica Luchesi, uma das coordenadoras da pesquisa.
Um relatório com os resultados da pesquisa foi entregue nas USFs e na Secretaria de Saúde de São Carlos e esses idosos cuidadores continuam sendo acompanhados pelo grupo de pesquisa.
28/10/2016
10:02:00
11/11/2016
0:01:00
Fabricio Mazocco
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
A professora Sofia Pavarini recebendo o Prêmio. Foto: Divulgação
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