USE promove formação de estagiários de modo interdisciplinar
Lagoa do Sino
Além dos atendimentos realizados em saúde, a Unidade Saúde-Escola (USE) da UFSCar tem uma atuação importante na formação dos alunos que realizam estágio em suas oito Linhas de Cuidado. O trabalho junto aos estagiários proporciona vivências práticas aos futuros profissionais e também tem impacto positivo na qualidade do atendimento prestado pela Unidade aos usuários de seus serviços.
Os estagiários que chegam à USE vêm de cursos relacionados à área da Saúde e atuam sob supervisão de docentes e profissionais da Unidade, no atendimento aos usuários nas seguintes Linhas de Cuidados: Cardiorrespiratória e Doenças Metabólicas; Músculo-Esquelética; Infância e Adolescência; Neurologia; Geriatria e Gerontologia; Mulher; Práticas Integrativas e Complementares; e Saúde Mental. Ao chegar na Unidade, todos os estagiários passam por uma integração em que recebem informações sobre o funcionamento da USE e a respeito dos princípios adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"Nós notamos que os alunos chegavam com uma visão muito aquém do olhar interdisciplinar e integral, que o próprio SUS preconiza [no atendimento aos pacientes]", relata Juliana Menegussi, assistente social e coordenadora executiva da USE. Ela conta que, a partir de uma ideia apresentada pela enfermeira da USE, Carla Sola Vieira, eles elaboraram um espaço de formação para os estagiários que atuariam na Linha de Cuidado "Infância e Adolescência". "Pela maior concentração de alunos e ações oferecidas naquele espaço, optamos por iniciar o trabalho nessa linha", relata Juliana. Além da tradicional integração, os alunos passaram a contar com um momento em que conhecem com maior profundidade profissões como a Enfermagem, a Psicologia e o Serviço Social. "Nós apresentamos para eles as várias possibilidades de intervenção das nossas áreas de atuação e incentivamos nesses estagiários o olhar que vai além da doença que o usuário apresenta", explica a assistente social.
Os estagiários também participam das seções de avaliação dos pacientes e das visitas domiciliares feitas pelas assistentes sociais. Complementarmente, os estudantes integram um espaço de discussão interdisciplinar dos casos. "Nesses encontros, além da melhoria do cuidado oferecido ao usuário, temos um foco importante para a formação do aluno. Os próprios estagiários apresentam casos e todos juntos construímos um cuidado coletivo, integrando as diversas áreas da Saúde", afirma a coordenadora, acrescentando que os profissionais da USE ficam à disposição para auxiliar os alunos no dia a dia dos atendimentos aos usuários, favorecendo o matriciamento em saúde [modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica].
Outro ponto importante na formação dos alunos é a integração com os familiares dos usuários atendidos. "É preciso cuidar de quem cuida. É preciso conhecer o contexto cultural daquele sujeito que está sendo atendido, a sua situação financeira, sua história de vida... E para conhecer a verdadeira realidade do nosso usuário é necessário expandir o olhar para a sua família", relata Juliana Menegussi. Ao conhecer essa realidade, o aluno em estágio passa a adaptar o atendimento às necessidades e condições específicas de cada um. "Por exemplo, é preciso estabelecer uma relação forte com as crianças e com suas famílias para que elas mantenham a adesão ao tratamento pelo tempo necessário. O trabalho compartilhado com as famílias faz com que o tratamento seja complementado em casa, resultando na evolução dos quadros", acrescenta Lisandrea Menegasso Gennaro, psicóloga da USE, que também participa desses momentos de formação dos estagiários.
Como foco nessa integração com a família, Lisandrea realizou a pesquisa de doutorado "Efeitos de uma capacitação sobre o envolvimento familiar para estagiários em fisioterapia neuropediátrica", sob orientação de Elizabeth Joan Barham, docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar. A partir desse estudo, Lisandrea elaborou um programa de capacitação para os estagiários da Fisioterapia na Linha de Cuidado "Infância e Adolescência". "Nossos alunos são muito competentes no atendimento às crianças, apenas oferecemos mais estratégias para instrumentalizá-los e complementar o trabalho deles", afirma a psicóloga.
Para a docente Ana Carolina Campos, do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar, que também orienta os estagiários na USE, essa complementação é importante. "Atualmente, é sabido que a reabilitação pediátrica requer um trabalho em equipe, que envolve não apenas os profissionais da Saúde, como fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dentre outros, mas a família também é parte da equipe. Precisamos olhar com muito carinho para compreender as necessidades individualizadas de cada família. Ensinar os alunos a ter este olhar tem sido um processo muito interessante e rico. Entendemos que muitas vezes a interação não flui naturalmente e, por isso, as intervenções específicas ajudam os alunos a refletirem sobre como se posicionar, ouvir e dar voz às famílias", relata a professora.
Josiana Oliveira Moraes é aluna do 4º ano de Psicologia da Universidade Paulista (Unip) e há um ano faz estágio no Acolhimento da USE. Ela acredita que o estágio na Unidade é um complemento importante para sua formação. "É uma vivência intensa, um trabalho de observação constante. É uma bagagem e tanto para o meu futuro profissional. Eu tive a teoria na faculdade e aqui eu vivo a prática, aprendo a ouvir, a ter o contato com o outro, a ter um olhar neutro e valorizar o que o usuário tem para contar", diz a estudante. Djessica Bocardi, se formou em Fisioterapia na UFSCar e fez estágio na USE entre julho de 2015 e dezembro de 2016. Ela atuou em diversas Linhas de Cuidado e destaca o contato direto com os usuários como relevante para sua formação. "O contato com os pacientes, poder fazer parte da realidade deles e ter à disposição uma equipe multidisciplinar durante o trabalho foram essenciais para minha formação e, com certeza, fizeram a diferença", conclui a estudante.
Mais informações sobre a USE podem ser acessadas em www.use.ufscar.br.
Os estagiários que chegam à USE vêm de cursos relacionados à área da Saúde e atuam sob supervisão de docentes e profissionais da Unidade, no atendimento aos usuários nas seguintes Linhas de Cuidados: Cardiorrespiratória e Doenças Metabólicas; Músculo-Esquelética; Infância e Adolescência; Neurologia; Geriatria e Gerontologia; Mulher; Práticas Integrativas e Complementares; e Saúde Mental. Ao chegar na Unidade, todos os estagiários passam por uma integração em que recebem informações sobre o funcionamento da USE e a respeito dos princípios adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"Nós notamos que os alunos chegavam com uma visão muito aquém do olhar interdisciplinar e integral, que o próprio SUS preconiza [no atendimento aos pacientes]", relata Juliana Menegussi, assistente social e coordenadora executiva da USE. Ela conta que, a partir de uma ideia apresentada pela enfermeira da USE, Carla Sola Vieira, eles elaboraram um espaço de formação para os estagiários que atuariam na Linha de Cuidado "Infância e Adolescência". "Pela maior concentração de alunos e ações oferecidas naquele espaço, optamos por iniciar o trabalho nessa linha", relata Juliana. Além da tradicional integração, os alunos passaram a contar com um momento em que conhecem com maior profundidade profissões como a Enfermagem, a Psicologia e o Serviço Social. "Nós apresentamos para eles as várias possibilidades de intervenção das nossas áreas de atuação e incentivamos nesses estagiários o olhar que vai além da doença que o usuário apresenta", explica a assistente social.
Os estagiários também participam das seções de avaliação dos pacientes e das visitas domiciliares feitas pelas assistentes sociais. Complementarmente, os estudantes integram um espaço de discussão interdisciplinar dos casos. "Nesses encontros, além da melhoria do cuidado oferecido ao usuário, temos um foco importante para a formação do aluno. Os próprios estagiários apresentam casos e todos juntos construímos um cuidado coletivo, integrando as diversas áreas da Saúde", afirma a coordenadora, acrescentando que os profissionais da USE ficam à disposição para auxiliar os alunos no dia a dia dos atendimentos aos usuários, favorecendo o matriciamento em saúde [modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica].
Outro ponto importante na formação dos alunos é a integração com os familiares dos usuários atendidos. "É preciso cuidar de quem cuida. É preciso conhecer o contexto cultural daquele sujeito que está sendo atendido, a sua situação financeira, sua história de vida... E para conhecer a verdadeira realidade do nosso usuário é necessário expandir o olhar para a sua família", relata Juliana Menegussi. Ao conhecer essa realidade, o aluno em estágio passa a adaptar o atendimento às necessidades e condições específicas de cada um. "Por exemplo, é preciso estabelecer uma relação forte com as crianças e com suas famílias para que elas mantenham a adesão ao tratamento pelo tempo necessário. O trabalho compartilhado com as famílias faz com que o tratamento seja complementado em casa, resultando na evolução dos quadros", acrescenta Lisandrea Menegasso Gennaro, psicóloga da USE, que também participa desses momentos de formação dos estagiários.
Como foco nessa integração com a família, Lisandrea realizou a pesquisa de doutorado "Efeitos de uma capacitação sobre o envolvimento familiar para estagiários em fisioterapia neuropediátrica", sob orientação de Elizabeth Joan Barham, docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar. A partir desse estudo, Lisandrea elaborou um programa de capacitação para os estagiários da Fisioterapia na Linha de Cuidado "Infância e Adolescência". "Nossos alunos são muito competentes no atendimento às crianças, apenas oferecemos mais estratégias para instrumentalizá-los e complementar o trabalho deles", afirma a psicóloga.
Para a docente Ana Carolina Campos, do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar, que também orienta os estagiários na USE, essa complementação é importante. "Atualmente, é sabido que a reabilitação pediátrica requer um trabalho em equipe, que envolve não apenas os profissionais da Saúde, como fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dentre outros, mas a família também é parte da equipe. Precisamos olhar com muito carinho para compreender as necessidades individualizadas de cada família. Ensinar os alunos a ter este olhar tem sido um processo muito interessante e rico. Entendemos que muitas vezes a interação não flui naturalmente e, por isso, as intervenções específicas ajudam os alunos a refletirem sobre como se posicionar, ouvir e dar voz às famílias", relata a professora.
Josiana Oliveira Moraes é aluna do 4º ano de Psicologia da Universidade Paulista (Unip) e há um ano faz estágio no Acolhimento da USE. Ela acredita que o estágio na Unidade é um complemento importante para sua formação. "É uma vivência intensa, um trabalho de observação constante. É uma bagagem e tanto para o meu futuro profissional. Eu tive a teoria na faculdade e aqui eu vivo a prática, aprendo a ouvir, a ter o contato com o outro, a ter um olhar neutro e valorizar o que o usuário tem para contar", diz a estudante. Djessica Bocardi, se formou em Fisioterapia na UFSCar e fez estágio na USE entre julho de 2015 e dezembro de 2016. Ela atuou em diversas Linhas de Cuidado e destaca o contato direto com os usuários como relevante para sua formação. "O contato com os pacientes, poder fazer parte da realidade deles e ter à disposição uma equipe multidisciplinar durante o trabalho foram essenciais para minha formação e, com certeza, fizeram a diferença", conclui a estudante.
Mais informações sobre a USE podem ser acessadas em www.use.ufscar.br.
27/03/2017
10:47:00
07/04/2017
23:29:00
Gisele Bicaletto
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Ações da USE valorizam formação do aluno na melhoria constante do atendimento ao usuário. Foto: CCS
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