Pesquisadores desenvolvem plataforma de jogos digitais para idosos

Araras, Sorocaba, Lagoa do Sino, São Carlos
Um grupo de pesquisadores de São Carlos está desenvolvendo uma plataforma de jogos digitais destinados ao público idoso. Apesar de já existirem várias iniciativas nessa direção, o diferencial do projeto é criar uma plataforma adaptada para os brasileiros, que consiga avaliar o nível cognitivo dos idosos e que, a partir disso, crie jogos indicados para os diferentes domínios cognitivos da população idosa.

A equipe interdisciplinar conta com a participação dos professores Marcos Hortes e Paula Castro, do Departamento de Gerontologia (DGero), e da mestranda Ana Júlia Bonfim, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar, além de Renata Pontin, docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), Leandro do Amaral, doutorando do ICMC, e Gabriel Lima, ex-aluno da USP e integrante da empresa Aptor Consultoria e Desenvolvimento de Software. 

A pesquisa tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio de edital destinado a empresas do Estado, no qual a empresa Aptor foi contemplada. Na primeira fase do projeto, o grupo está desenvolvendo a plataforma a partir dos jogos que funcionarão como teste para levantar as diversas demandas cognitivas da população idosa. Na segunda etapa, a ideia é criar os jogos destinados aos idosos, de acordo com o tipo de domínio cognitivo de cada grupo desses usuários. "A ideia é que os testes cognitivos, normalmente aplicados em papel, se transformem em um jogo nesse primeiro momento. Na segunda etapa, o jogo inicial vai direcionar o idoso para outro mais adequado ao seu aspecto cognitivo, que pode ser de memória, atenção ou uma questão de habilidade espacial", relata Marcos Hortes, docente da UFSCar.

No desenvolvimento do projeto interdisciplinar, as equipes da USP e Aptor têm atuado na parte técnica da construção da plataforma, e o grupo da UFSCar desenvolve o trabalho a partir de duas frentes - a Gerontotecnologia, que avalia a usabilidade da plataforma e itens como cor, fonte e tamanho de telas mais adequados, e a Psicogeriatria, que atua com foco nos aspectos cognitivos, analisando os domínios a serem avaliados, a aplicação dos testes em formato digital e como os resultados poderão se transformar em jogos.

De acordo com Hortes, junto com o envelhecimento há um declínio cognitivo dos indivíduos que pode acarretar desde dificuldades de memória, de atenção e de algumas habilidades sensoriais e motoras, até quadros demenciais mais consideráveis. "Alguns estudos mostram que a continuidade de atividades cognitivas - jogos como palavras cruzadas, atividades manuais, leitura etc. - podem amenizar esse declínio e promover mais qualidade de vida para os idosos", afirma o pesquisador. Hortes reforça que a plataforma que está sendo construída atualmente pretende exatamente ser mais uma atividade para evitar o declínio cognitivo nos idosos. "Será mais uma forma de manter o idoso ativo, funcional e saudável do ponto de vista cognitivo. Além disso, por ser uma plataforma digital, conseguiremos ampliar o acesso à ferramenta para mais idosos", diz o docente do DGero.

Para o professor, a parceria entre as instituições e entre profissionais de diferentes áreas é enriquecedora. "O trabalho tem reunido os conhecimentos de diferentes áreas em prol de um objetivo comum. Não seria possível desenvolvermos esse trabalho se atuássemos em equipes isoladas", conclui.

A primeira etapa do projeto deve ser finalizada entre os próximos meses de maio e junho. A partir disso, será necessário buscar um novo financiamento para realizar a segunda fase e o projeto piloto em 2018.
31/03/2017
13:00:00
19/04/2017
23:59:00
Gisele Bicaletto
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Jogos digitais auxiliam na manutenção de atividades cognitivas dos idosos. Fonte: Divulgação
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