Palestra revela relação entre Matemática e cerveja artesanal

Sorocaba
Evento aconteceu no Campus Sorocaba da UFSCar durante a Semana da Matemática
Como os modelos matemáticos podem contribuir para a melhoria do processo de produção da cerveja artesanal? Para entender essa relação, cerca de 80 pessoas, entre estudantes de graduação e pós-graduação de diversas áreas, estiveram presentes no Campus Sorocaba da UFSCar durante palestra que integrou a programação da III Semana da Matemática (SeMat), do curso de Licenciatura em Matemática. A SeMat ocorreu entre 26 e 29 de junho, no auditório do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS) do Campus. A palestra foi apresentada pelo professor Antonio Luís Venezuela, do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM) da UFSCar, e por Alexandre Bazzo, proprietário e mestre cervejeiro da cervejaria Bamberg.

Durante o encontro, os palestrantes explicaram as principais etapas para produção de cerveja, como a moagem, mostura (cozimento do malte moído), clarificação, fervura, resfriamento, fermentação e maturação. Segundo eles, as aplicações de Matemática contribuem para a melhoria de todo o processo de produção. "Em cada etapa desse processo, a modelagem matemática colabora no aperfeiçoamento da produção de cerveja, minimizando perdas de água, energia e insumos", afirmaram.

De acordo com o docente da UFSCar, modelo matemático é uma representação ou interpretação simplificada de um fenômeno. "Tal representação é dada por meio de variáveis. Por exemplo, no processo de fermentação, a determinação de modelo que relaciona tempo e densidade da cerveja é importante para estimar o tempo máximo de fermentação", explicou Venezuela.

Além disso, outras curiosidades relacionadas à cerveja podem ser estudadas. "Existe relação entre a temperatura de uma cidade e a quantidade de cerveja consumida ali? A partir de dados reportados na literatura que relacionam 'cidade', 'temperatura' e 'consumo', construímos um modelo de regressão não linear, mostrando que a temperatura tem pouca influência (ou fraca tendência) no consumo de cerveja entre os brasileiros das cidades estudadas. Ou seja, quanto maior a temperatura da cidade, menor a quantidade de cerveja consumida; esse resultado contradiz o senso esperado (mais calor, mais cerveja), e isto pode ser devido à ausência de alguma variável explicativa no modelo considerado", descreveu o docente.

A parceria entre a Universidade e a cervejaria deve ter desdobramentos, acredita o professor. "Há a possibilidade de desenvolvermos estudos sobre a viabilidade de reuso de água residuária e de filtragem do fermento por meio de filtração tangencial, e, também, estudos sobre o processo de fermentação por meio de técnicas químicas", vislumbra Venezuela.
11/07/2017
13:00:00
29/07/2017
23:59:00
Denise Britto
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Palestra reuniu público de diversas áreas no Campus Sorocaba da UFSCar. Foto: Divulgação
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