Edição de Notícias da UFSCar Categoria Selecione um ou mais campus que a notícia deve ser exibida. São CarlosArarasSorocabaLagoa do Sino Título Informe o título da notícia. Subtítulo Informe o subtítulo Texto Informe o texto da notícia. Em parceria com a UFSCar, botânicos especialistas na família <em>Myrtaceae</em> - à qual pertencem, por exemplo, a pitanga, a jabuticaba e a goiaba - estudaram as populações associadas à <em>Myrcia splendens</em>, uma espécie muito comum de guamirim (pequeno arbusto) que ocorre tanto na Amazônia quanto em outros biomas da América tropical. A hipótese - confirmada pelo estudo - era de que o nome <em>Myrcia splendens</em> estava sendo aplicado para mais de uma espécie nas áreas abrangidas pelo Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF).<br><br>"Muito se fala em espécies de plantas tropicais abundantes e amplamente distribuídas. Contudo, é preciso considerar que talvez cada uma delas seja, na verdade, um conjunto de espécies muito parecidas e difíceis de separar visualmente. É comum que a esse agrupamento seja atribuído um só nome, criando as chamadas 'espécies hiperdominantes' e subestimando a diversidade das nossas florestas", explica a professora Fiorella Fernanda Mazine Capelo, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA-So) do Campus Sorocaba da UFSCar.<br><br>Segundo ela, a identificação correta de qualquer espécie é importante porque cada uma pode ter propriedades diferentes. "É uma etapa crítica em estudos aplicados como, por exemplo, os farmacêuticos. Se você descobre determinada propriedade em uma planta, é importante que somente exemplares dessa espécie sejam utilizados para extraí-la, pois a utilização de outra espécie, mesmo que morfologicamente parecida ou evolutivamente próxima, pode não trazer o mesmo resultado. Falando em medicamentos, utilizar plantas de outra espécie pode ter até efeitos danosos", esclarece Mazine. "No gênero <em>Myrcia,</em> há indícios de potencial farmacêutico em algumas espécies, como por exemplo aquelas popularmente conhecidas como pedra-ume-caá, ainda pouco estudadas", acrescenta.<br><br>Esse tipo de pesquisa, diz Mazine, "faz parte do grande esforço por parte dos botânicos para inventariar a biodiversidade brasileira, ainda pouco conhecida em muitas regiões, inclusive na Amazônia. Ele representa um passo a mais na organização das plantas em compartimentos organizados - que são as espécies e grupos de espécies - para que elas sejam primeiro conhecidas e, posteriormente, utilizadas em outras áreas das ciências. Ou seja, é um estudo de base, mesmo sendo multidisciplinar, que abre caminho para estudos aplicados".<br><br>Além da UFSCar, a iniciativa contou com a parceria do Laboratório de Botânica Amazônica (Labotam) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no período de 1º de novembro de 2018 a 30 de junho de 2019. Os pesquisadores estudaram tanto a morfologia externa quanto a espectroscopia das folhas na região do infravermelho-próximo, que reflete a composição interna dos tecidos e tem sido utilizada para distinguir espécies amazônicas com sucesso. "Na descrição de uma espécie nova, o botânico traz características diagnósticas, ou seja, características morfológicas que ajudam na sua correta identificação. Na Amazônia grande parte das espécies de planta ainda são desconhecidas para a ciência, portanto, antes de qualquer estudo aplicado, precisamos primeiro descrevê-las e dar nomes a elas", afirma a docente.<br><br><strong>Resultados</strong><br>Nesse trabalho, três espécies foram consideradas novas para a ciência e batizadas de <em>Myrcia eveae</em>, <em>M. otocalyx</em> e <em>M. prismatica</em>. As espécies novas variam de pequenas arvoretas a árvores de 18 metros de altura. Todas têm folhas simples, opostas e não apresentam látex ou resina; contudo, suas folhas têm glândulas translúcidas que podem ser vistas como pontos brilhantes se forem posicionadas contra a luz. "A diferenciação morfológica entre elas é complexa e precisa ser feita com base tanto em suas folhas quanto suas flores e frutos, que são posicionados em inflorescências ou infrutescências bastante ramificadas e com eixos longos", detalha Mazine. Além disso, o comportamento espectral das folhas - a quantidade de raios absorvida, refletida ou que atravessa o tecido vegetal - se mostrou diferente para cada espécie, reflexo das diferenças entre as substâncias dos tecidos foliares de cada uma. <br><br>À UFSCar coube a realização do experimento, feito por Paulo Henrique Gaem, então aluno do curso de Engenharia Florestal da Universidade, sob orientação de Mazine e de Alberto Vicentini, do Inpa. Em linhas gerais, as etapas para realizar esse tipo de estudo compreendem a coleta de amostras das plantas em campo, a secagem em estufa e a identificação com utilização de bibliografia especializada ou comparação com espécimes de coleções (herbário); caso não haja correspondência, é feita uma descrição da espécie nova, a partir de características morfológicas, e comparação com outras semelhantes e evolutivamente próximas. Nas etapas seguintes, são realizadas leituras de absorbância das folhas no espectrofotômetro; e comparados estatisticamente os espectros para verificar semelhanças ou diferenças entre espécies.<br><br>O artigo "<em>Three new Amazonian species of Myrcia sect. Myrcia (Myrtaceae) based on morphology and near-infrared spectroscopy</em>", com os resultados da pesquisa, foi publicado no periódico internacional <em>Phytotaxa</em> e pode ser acessado no link <u><a target="_blank" href="https://bit.ly/31q70fc">https://bit.ly/31q70fc</a></u>. Mais informações pelo e-mail do pesquisador Paulo Henrique Gaem (<u><a target="_blank" href="mailto:phgaem@gmail.com">phgaem@gmail.com</a></u>). text/htmltext/plain Data Selecione a data da notícia. Atualizado em Selecione a data de atualização da notícia. Hora Informe a hora utilizando o formato HH:MM:SS. Data de Expiração Selecione uma data para a notícia expirar. 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