Edição de Notícias da UFSCar Categoria Selecione um ou mais campus que a notícia deve ser exibida. São CarlosArarasSorocabaLagoa do Sino Título Informe o título da notícia. Subtítulo Informe o subtítulo Texto Informe o texto da notícia. <p>Um estudo desenvolvido por pesquisadores dos departamentos de Fisioterapia (DFisio) e de Gerontologia (DGero) da UFSCar identificou que existe relação entre baixos níveis sanguíneos de vitamina D e o risco de desenvolver incapacidade funcional em atividades instrumentais de vida diária (AIVD) em homens.<br /><br />A pesquisa foi desenvolvida por Mariane Marques Luiz, atual doutoranda em Fisioterapia pela UFSCar, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do DGero da UFSCar e coordenador do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), um consórcio de estudos longitudinais, que abrange o English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA), um grande estudo longitudinal de saúde dos idosos da Inglaterra. O estudo também contou com a participação de pesquisadores da University College London (UCL) no Reino Unido.<br /><br />As AIVD são atividades cotidianas que exigem um maior nível de complexidade e atenção durante sua execução, como por exemplo as atividades domésticas, o gerenciamento de finanças, capacidade de utilizar meios de transporte e de comunicação. Essas atividades são fundamentais para a manutenção da capacidade funcional de idosos, que reflete a habilidade de atender, de forma independente, às demandas físicas do dia a dia.<br /><br />De acordo com os pesquisadores, estudos anteriores já identificaram que baixos níveis sanguíneos de vitamina D prejudicam a capacidade funcional, porque comprometem o desempenho nas atividades básicas de vida diária (ABVD), que são aquelas relacionadas com autocuidado como comer, tomar banho e vestir-se. No entanto, ainda não tinha sido verificado se a deficiência de vitamina D também estaria associada com maior risco de desenvolver incapacidade especificamente nas AIVD. Segundo Mariane Luiz, "a pesquisa teve como objetivo investigar se a deficiência de vitamina D era um fator de risco para desenvolver incapacidade em AIVD e verificar se esse risco se dava de forma distinta entre homens e mulheres". <br /><br />Para tanto, foram avaliados 4.768 indivíduos ingleses participantes do Estudo ELSA, com 50 anos ou mais, que não apresentavam dificuldade em nenhuma das seguintes AIVD: gerenciar finanças, utilizar meios de transporte, fazer compras, preparar refeições, usar o telefone/meios de comunicação, gerenciar medicamentos e realizar tarefas domésticas. Os indivíduos tiveram seus níveis de vitamina D no sangue classificados como suficiente, insuficiente ou deficiente e tiveram outras informações coletadas como dados socioeconômicos, hábitos de vida e condições de saúde. Após quatro anos de acompanhamento, esses indivíduos foram reavaliados para verificar se houve o desenvolvimento de dificuldade para realizar uma ou mais das AIVD. De acordo com a autora do estudo, no final dos quatro anos de acompanhamento, não foi encontrada nenhuma associação entre deficiência de vitamina D e incidência de incapacidade em AIVD para as mulheres. No entanto, a deficiência de vitamina D aumentou em 43% o risco de desenvolver incapacidade em homens.<br /><br />Tiago Alexandre explica "que a vitamina D possui uma ação importante para o funcionamento dos músculos e, quando seus níveis estão baixos, leva à fraqueza e atrofia muscular, o que compromete o desempenho nas atividades cotidianas, repercutindo em dificuldade nas AIVD". Também aponta que "a vitamina D desempenha uma ação protetora no sistema nervoso central e há evidências de que a sua deficiência favorece o declínio cognitivo, o que pode explicar o pior desempenho nas AIVD, uma vez que se tratam de atividades que precisam da capacidade cognitiva preservada".<br /><br />Os autores sugerem que os resultados encontrados apenas para os homens possivelmente ocorrem devido à associação entre vitamina D e a testosterona. "Os homens sofrem uma maior atrofia das fibras musculares do que as mulheres devido à redução dos níveis de testosterona com o envelhecimento. Uma vez que a vitamina D contribui para a produção de testosterona, a sua deficiência pode intensificar a atrofia muscular nestes indivíduos", relatam. Os pesquisadores acrescentam que a testosterona tem um efeito protetor sobre a capacidade cognitiva e a redução de seus níveis, que é intensificada pela deficiência de vitamina D, pode favorecer o declínio cognitivo mais precocemente em homens. "Assim, o pior desempenho muscular e cognitivo nestes indivíduos pode estar associado à incapacidade em AIVD", apontam Mariane Luiz e Tiago Alexandre.<br /><br />A pesquisa concluiu que a deficiência de vitamina D representa um indicador precoce do comprometimento funcional em idosos e os autores reforçam que essa deficiência é uma condição modificável. Além disso, destacam que o monitoramento dos níveis de vitamina D pode ser uma estratégia para prevenir a dificuldade nas AIVD e impedir o desenvolvimento de incapacidade em idosos.<br /><br />Os autores alertam que os resultados encontrados podem ser semelhantes no cenário brasileiro e que a avaliação dos níveis de vitamina D deve ser realizada através da mensuração das concentrações de 25-Hidroxivitamina D (25OHD) no sangue. Apesar da principal fonte de vitamina D ser a exposição ao sol, quando seus níveis estão deficientes, a suplementação de vitamina D deve ser uma estratégia de tratamento, precisando ser prescrita somente por nutricionistas e médicos. <br /><br />O estudo teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Recentemente, a pesquisa foi publicada na Nutrients, conceituada revista na área de Nutrição. A íntegra do artigo pode ser acessada neste <u><a href="https://bit.ly/3zu3Z0e" target="_blank">link</a></u>.</p> text/htmltext/plain Data Selecione a data da notícia. Atualizado em Selecione a data de atualização da notícia. Hora Informe a hora utilizando o formato HH:MM:SS. Data de Expiração Selecione uma data para a notícia expirar. 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