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De 21 a 27 de setembro, acontece a nona edição da <a target="_blank" href="http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2015/09/guia_virtual_9primavera.pdf">Primavera dos Museus</a>, evento nacional que ocorre anualmente no início desta estação e é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) com o intuito de atrair a população das cidades para os seus museus, bem como sensibilizar a sociedade para o debate de assuntos da atualidade. Neste ano, o tema da Primavera é Museus e Comunidades Indígenas. Em São Carlos, a Fundação Pró-Memória e o Museu de São Carlos realizam o evento Indígenas em São Carlos: diversidade e contemporaneidade, que consiste em uma parceria entre a Fundação, o Centro de Culturas Indígenas (CCI) da UFSCar e a Coordenadoria de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade (CAAPE), da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) da Universidade. A atividade conta com a participação ativa dos estudantes indígenas da UFSCar e, ao longo dos dias, está aberta uma exposição na Plataforma da Estação Cultura, na antiga Estação Ferroviária de São Carlos, sobre a história e a cultura dos povos aos quais pertencem os universitários. A mostra foi elaborada pelos próprios indígenas da Universidade e está disponível de 21 a 27 de setembro, 24 horas. Além da exposição, o evento conta com diversas atividades no dia 26 de setembro. A partir das 10 horas, haverá contação de histórias relacionadas aos povos indígenas. Às 14 horas, os interessados podem assistir à palestra com os estudantes da UFSCar, que abordam assuntos relacionados ao indígena na cidade de São Carlos e sua imagem na sociedade contemporânea. No período vespertino, o evento promove uma oficina de pintura corporal às 15 horas e, às 16 horas, realiza uma apresentação cultural também organizada pelos estudantes da UFSCar relacionada às manifestações culturais de seus povos. Para Paulo Henrique Gomes da Silva, estudante indígena do terceiro ano do curso de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar, a reflexão sobre diversas questões indígenas realizada pela Primavera dos Museus é essencial nos dias atuais. Esta é uma oportunidade para mostrarmos quem somos e para desconstruirmos os estereótipos que as pessoas têm dos indígenas, mudar a visão preconceituosa e mostrar nossa diversidade e riqueza cultural, afirma. O aluno, pertencente ao povo Pankararu, que fica no município de Tacaratu (PE), conta que, além de disponibilizar um pôster com a história de seu povo, também exibe fotos de sua autoria no evento, que mostra parte da tradição Pankararu, momentos importantes dos Rituais Sagrados, além de paisagens da aldeia. A comunidade de São Carlos tem a oportunidade de ver fotos de nossos tradicionais rituais, como 'A Corrida do Umbu', 'Ritual da Cansanção', 'O Menino do Rancho' e 'A Dança do Toré', exemplifica. Na opinião de Thaís Palomino, coordenadora da CAAPE, a temática de 2015 da 9ª Primavera dos Museus pode ser vista como uma forma de chamar a atenção da população para o quanto de cultura, arte e conhecimento são construídos e transmitidos, de geração em geração, nas comunidades indígenas. Como o Brasil é um povo formado a partir dos povos originários os povos indígenas e dos imigrantes, muitos aspectos da cultura e do conhecimento indígena integram, sem que percebamos sempre, a nossa própria cultura, lembra. Para a coordenadora, o diálogo intercultural é enriquecedor em qualquer espaço da sociedade. As atividades do projeto Primavera no Museu deste ano apresentam para a população de São Carlos um pouco da riqueza advinda da diversidade de povos, culturas, línguas e formas de compreender o mundo de alguns dos povos indígenas brasileiros, ressalta. Segundo Thaís, o evento realizado em São Carlos possibilita que a população do município conheça e dialogue com os representantes de povos indígenas que residem na cidade. Tal aproximação permite quebrar a ideia de que os indígenas são parte do passado para que, assim, possamos perceber que esses povos estão em todo o Brasil, inclusive em nossa cidade, e que eles mantêm suas culturas, suas cosmologias e suas tradições muito vivas, além de estudarem e aprenderem diariamente, afirma. O evento cultural Indígenas em São Carlos: diversidade e contemporaneidade acontece na Plataforma da Estação Cultura na antiga Estação Ferroviária de São Carlos, localizada na Praça Antônio Prado, SN, São Carlos (SP). A entrada é gratuita e as atividades são abertas a todos os interessados. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3373-2700 ou pelo email <a target="_blank" href="mailto:museudesaocarlos@gmail.com">museudesaocarlos@gmail.com</a>. Além das atividades realizadas na Estação Cultura, a cidade conta com outras iniciativas em alusão à Primavera dos Museus. Há eventos no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), Museu de Pedra Tinho Leopoldo e no Museu da Tam. A programação completa em todo o Brasil da 9ª Primavera dos Museus pode ser conferida <a target="_blank" href="http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2015/09/guia_virtual_9primavera.pdf">neste link</a>. Comunidade indígena na UFSCar O Campus São Carlos da UFSCar conta com uma diversidade de povos indígenas: são mais de 70 estudantes na graduação, na pós-graduação e no curso pré-vestibular, provenientes de 20 povos diferentes e advindos das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do País. Nos campi Araras e Sorocaba, a Universidade conta com 26 estudantes, que acrescentam representantes de mais quatro povos indígenas. Tal diversidade contribui para a construção de relações etnicorraciais mais igualitárias e, no campo da produção de conhecimento, para a sua ampliação e inovação, já que temáticas que antes nos eram desconhecidas hoje fazem parte de projetos de pesquisa e de extensão, afirma Thaís. A UFSCar possui ainda o <a target="_blank" href="http://cciufscar.wix.com/ufscar">Centro de Culturas Indígenas</a> (CCI) que, além de ser um espaço de integração para os estudantes indígenas que ingressam na Universidade, é um ambiente de debate e construção de práticas que possibilitam a melhoria das condições de acesso e permanência dos povos indígenas na Universidade tanto no que diz respeito à UFSCar quanto ao movimento acadêmico indígena nacional. Para Paulo Henrique, sem dúvida a UFSCar é uma universidade diferenciada quando falamos de diversidade. Para nós, indígenas, o apoio que temos é fundamental para que possamos vencer os desafios da vida acadêmica, completa. Desde 2013, o CCI realiza e participa de eventos nacionais como o I Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas, a SBPC Indígena e a I Semana dos Estudantes Indígenas de São Carlos e internacionais como a 8ª Sessão de Mecanismos de Especialistas sobre Direitos dos Povos Indígenas, em Genebra, e a 14ª Sessão do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas da Organização, em Nova York com o intuito de ampliar a sua atuação e sua notoriedade no País. Todas essas iniciativas ajudam a valorizar a nossa cultura, pois é uma oportunidade de compartilharmos com a comunidade acadêmica e a comunidade em geral os nossos valores, nossa cultura e nossos conhecimentos, finaliza Paulo Henrique. Mais informações sobre o CCI podem ser encontradas em seu <a target="_blank" href="http://cciufscar.wix.com/ufscar">site</a>.

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