Edição de Notícias da UFSCar Categoria Selecione um ou mais campus que a notícia deve ser exibida. São CarlosArarasSorocabaLagoa do Sino Título Informe o título da notícia. Subtítulo Informe o subtítulo Texto Informe o texto da notícia. Na safra de 2015/2016, a produção brasileira de etanol chegou à marca de cerca de 30,2 milhões de m³, de acordo com a União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica). São quase 3 milhões de m³ a mais que a safra anterior. Além de poluir menos que a gasolina, o combustível é opção de cerca de 30% dos consumidores brasileiros. A indústria do etanol cresce no País e alternativas que aumentem a produção do combustível são importantes para as 393 usinas brasileiras autorizadas para a produção de etanol pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).<br><br> O Laboratório de Bioquímica e Genética Aplicada (LBGA) da UFSCar vem realizando, desde 2009, pesquisas que envolvem a identificação de leveduras para transformar o açúcar em etanol de forma mais eficiente. O LBGA está localizado no Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar e tem coordenação do professor Anderson Cunha, do DGE, e conta com a participação do professor Iran Malavazi, também do DGE, e de alunos de graduação e pós-graduação.<br><br> Em linhas gerais, as leveduras são microrganismos unicelulares responsáveis pelo processo de fermentação para a produção de bebidas, alimentos e de combustíveis. A pesquisa "Isolamento, caracterização molecular e estudo da expressão gênica em linhagens de <em>Saccharanyces cerevisiae</em> resistentes à alta temperatura e à alta concentração de etanol", realizada no LBGA e financiada pela Fapesp, tem como foco isolar leveduras que cresçam a temperaturas elevadas (40ºC) e que sejam resistentes a altas concentrações de etanol (maior que 10% de concentração final), mantendo a eficiência fermentativa frente às leveduras usadas tradicionalmente no mercado. <br><br> A produção do etanol nas usinas ocorre dentro de dornas que contém a mistura do melaço da cana, caldo de cana e as leveduras, responsáveis pela fermentação. O resultado desse processo, após aproximadamente oito horas, é o mosto fermentado que será encaminhado para destilaria para a produção de etanol. Normalmente, as leveduras adicionadas às dornas no início do processo não permanecem durante toda a fase de produção. "Durante a produção do etanol, é normal que diferentes linhagens de leveduras colonizem a dorna e acabem sobressaindo frente às leveduras iniciais e permanecendo por mais tempo durante o processo. A ideia da pesquisa proposta é se antecipar à essa alteração normal da natureza e inocular as leveduras mais resistentes para evitar muitas oscilações ao longo da safra", afirma o pesquisador. Ele reforça que a presença de diversas populações de leveduras dentro da dorna podem atrapalhar o processo de produção, "sendo que, em alguns casos, é necessário até parar o processo, descartar a matéria-prima em uso e fazer a limpeza de toda a tubulação da dorna", afirma Cunha.<br><br> As pesquisas do LBGA já levantaram cerca de 220 diferentes linhagens de leveduras, dentre as quais destacam-se algumas que são mais eficientes que as tradicionalmente utilizadas. No entanto, essas linhagens conseguem atuar em uma temperatura de aproximadamente 30ºC e, apesar de mais eficientes, correm o mesmo risco de serem substituídas por leveduras mais adaptadas à dorna durante o processo, causando as oscilações na produção. Os estudos atuais têm buscado encontrar leveduras que consigam crescer em temperaturas mais altas. "Obter uma fermentação a 40ºC é uma forma de 'esterilizar' o processo de produção uma vez que poucas leveduras e bactérias contaminantes crescem nessa temperatura", diz Cunha. Além disso, conseguir leveduras que resistam a altas temperaturas também diminui a necessidade dos trocadores de calor, que são equipamentos caros que utilizam muita água para manter a temperatura mais baixa dentro da dorna, o que significa uma redução no custo do processo. <br><br> Em relação à resistência ao etanol, o pesquisador explica que as leveduras normalmente resistem ao etanol, mas quando a concentração do produto chega em torno de 9 a 10%, o etanol passa a ser tóxico para as leveduras que podem morrer e, assim, perde-se a função que elas têm de transformar o açúcar em álcool. O pesquisador diz que nessa situação é necessário equalizar o açúcar colocado no início do processo e convertê-lo, ao máximo, a 10% de etanol para evitar a morte das leveduras. "Se acharmos leveduras mais resistentes ao álcool, será possível aumentar a quantidade de açúcar já no começo do processo e, portanto, produzir mais etanol no mesmo tempo de produção. O rendimento total vai aumentar, vamos ter mais açúcar e será possível produzir mais etanol no mesmo tempo", esclarece o docente, reforçando o objetivo de buscar leveduras mais resistentes.<br><br> Além dessa pesquisa central, outros dois projetos também estão sendo desenvolvidos. Um deles procura identificar leveduras que possam ser usadas na produção de cerveja, uma vez que a indústria brasileira utiliza atualmente apenas leveduras importadas para a fabricação do produto. Outro estudo pretende encontrar leveduras mais adequadas para a produção do vinho nacional. "Um bom vinho precisa de boas leveduras. Nossa intenção é encontrar leveduras que aumentem a qualidade do vinho brasileiro", relata Cunha.<br><br><strong>Parceria com usinas e ações do LBGA</strong><br> O LBGA matém, desde 2010, uma parceria com a Usina São Luiz, instalada na cidade de Ourinhos (SP). Os estudos têm buscado isolar leveduras mais adequadas às condições ambientais, às matérias-primas e à própria safra da região da Usina, com o objetivo de aumentar a produção do etanol. "Esse ano conseguimos isolar uma linhagem que permaneceu quase a metade da safra. A ideia é que no próximo ano eles iniciem a safra com essa levedura e a nossa expectativa é conseguir produzir mais etanol e ter menos oscilação ao longo do processo", relata o pesquisador da UFSCar.<br><br> O LGBA tem projetos em construção com outras três usinas brasileiras para estabelecimento de parcerias. O Laboratório também realiza análises moleculares e de diversos aspectos das leveduras para que as usinas possam ter linhagens personalizadas de leveduras que auxiliem na manutenção e no incremento da eficiência dos processos produtivos. Além disso, o Laboratório atua com a empresa ICC Brazil que busca por soluções inovadoras visando desempenho, saúde e segurança alimentar. <br><br> Interessados em obter mais informações sobre o LBGA, os estudos desenvolvidos e os serviços oferecidos podem entrar em contato com o professor Anderson Cunha, pelo e-mail <u><a target="_blank" href="mailto:anderf2611@gmail.com">anderf2611@gmail.com</a></u> ou pelo telefone (16) 3351-9768. text/htmltext/plain Data Selecione a data da notícia. Atualizado em Selecione a data de atualização da notícia. Hora Informe a hora utilizando o formato HH:MM:SS. Data de Expiração Selecione uma data para a notícia expirar. Horário de Expiração Informe o horário que a notícia deve expirar utilizando o formato HH:MM:SS. Autor Informe o nome do autor Destaque Marque se a notícia é um destaque. Expira Marque se a notícia deve expirar. Perfil Escolha um perfil ou mais. 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