Edição de Notícias da UFSCar Categoria Selecione um ou mais campus que a notícia deve ser exibida. São CarlosArarasSorocabaLagoa do Sino Título Informe o título da notícia. Subtítulo Informe o subtítulo Texto Informe o texto da notícia. Durante mais de 30 anos, o gênero de peixes miniatura <em>Priocharax</em> teve apenas duas espécies conhecidas: <em>P. ariel</em> e <em>P. pygmaeus</em>, identificadas em áreas bastante restritas e distantes uma da outra na Bacia Amazônica e descritas na década de 1980. Esta história começou a mudar em 2011, quando George Mendes Taliaferro Mattox - então realizando seu pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e hoje docente do Departamento de Biologia (DBio) da UFSCar, Campus Sorocaba - realizou expedição ao Rio Negro com o objetivo de coletar exemplares de <em>P. ariel</em> e encontrou uma nova espécie de <em>Priocharax</em>. Denominada <em>P. nanus</em>, a nova espécie foi descrita em artigo publicado em 2014, de autoria de Mattox em parceria com Mônica Toledo-Piza, docente do Instituto de Biociências da USP, e Ralf Britz, pesquisador do Museu de História Natural de Londres. E agora, como apresentado pelos três pesquisadores no XXII Encontro Brasileiro de Ictiologia, realizado em Porto Seguro no início de fevereiro, o número de espécies deve aumentar ainda mais, com duas novas descobertas.<br><br>"Depois que descrevemos o <em>P. nanus</em>, em 2014, começamos a ser notificados da ocorrência de <em>Priocharax</em> por curadores de diferentes coleções ictiológicas, como, por exemplo, as do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa) e do Museu Paraense Emílio Goeldi, dentre outras. Com isso, fomos percebendo, de um lado, que esses animais estão espalhados por toda a Amazônia - e não restritos a algumas localidades, como se imaginava -, e, de outro, que a diversidade de espécies também é maior", conta o pesquisador da UFSCar. As novas espécies apresentadas no evento científico ainda não foram formalmente descritas, o que deve acontecer após duas novas expedições: à Floresta Nacional de Caxiuanã, próxima à Ilha de Marajó, em viagem programada para agosto, e ao Rio Purus, prevista para acontecer em outubro.<br><br>"O objetivo dessas novas expedições é coletar novos peixes vivos para a produção de imagens que irão ilustrar a descrição das novas espécies. Os <em>Priocharax</em> são muito bonitos, transparentes, com manchas, mas também são muito frágeis e por isso a importância dessas novas coletas. Também temos como objetivos a coleta de amostras para estudos genéticos e de novos exemplares para estudos do esqueleto. Além disso, nossa hipótese, a partir das informações que temos recebido, é que há ainda outras espécies a serem identificadas, e por isso há outras expedições sendo planejadas, para outros locais da Amazônia que consideramos pontos-chave", explica Mattox. As duas viagens já agendadas integram projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as demais dependem de aprovação de proposta já encaminhada à agência de fomento. O pesquisador destaca que, nessas expedições, uma decorrência importante pode ser a identificação de espécies novas que sequer se imaginava encontrar. "Isto também aconteceu quando procurávamos o <em>P. ariel</em> no Rio Negro e encontramos o <em>Cyanogaster noctivaga</em>, peixe que resultou não apenas em uma nova espécie, mas também em um gênero novo", exemplifica.<br><br><strong>Acaso</strong><br>Há uma série de critérios para um peixe ser classificado como miniatura e, dentre eles, o principal é, como seria de se esperar, o tamanho, que tem de ser menor que 2,6 centímetros no animal adulto. Dentre as espécies de peixes miniatura da região neotropical - na qual está incluída a Bacia Amazônica -, cerca de um terço pertence à família dos caracídeos (<em>Characidae</em>), na qual estão os <em>Priocharax</em>, que figuram entre os menores caracídeos.<br><br>Foi quase por acaso que o olhar de George Mattox voltou-se para os <em>Priocharax</em>, há cerca de sete anos. No doutorado, realizado de 2006 a 2010 na USP sob a orientação de Toledo-Piza, o pesquisador estudou as relações evolutivas na subfamília <em>Characinae</em>, que, naquele momento, incluía os <em>Priocharax</em>. "Eu fazia inferências sobre as relações evolutivas a partir do esqueleto desses animais, e os <em>Priocharax</em> têm várias particularidades, como a permanência, nos adultos, da nadadeira peitoral típica de larvas, quase que completamente cartilaginosa, o que é uma condição quase única entre os peixes. Hoje, inclusive, os <em>Priocharax </em>estão em outra subfamília, denominada <em>Heterocharacinae</em>. Por isso, no pós-doutorado, decidi me dedicar especificamente a eles", conta.<br><br>Porém, para esse novo estudo, foram necessárias as já relatadas expedições à Amazônia de 2011, para a coleta de novos animais. Durante a viagem, Mattox, Toledo-Piza e Britz coletaram o que achavam ser exemplares de <em>P. ariel</em>, mas que, já no laboratório, acabaram percebendo ser algo diferente. "E foi aí que essa história começou, de descrição do <em>P. nanus</em> e, também, de identificação de <em>P. ariel</em> e <em>P. pygmaeus </em>em uma diversidade de novos locais, além das duas novas espécies que estamos descrevendo agora. Há vários desafios envolvidos na continuidade desse trabalho, já que são muitos os relatos de ocorrência de <em>Priocharax</em> e precisamos de tempo e de novas expedições para ir construindo esse conhecimento, inclusive com novas parcerias, por exemplo para a realização de estudos genéticos, que é uma das frentes que já estamos vislumbrando", conclui Mattox. text/htmltext/plain Data Selecione a data da notícia. Atualizado em Selecione a data de atualização da notícia. Hora Informe a hora utilizando o formato HH:MM:SS. Data de Expiração Selecione uma data para a notícia expirar. 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